terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Entardecer de céu caótico

Como vai pessoal? Há dias estou querendo trazer novidades aqui... andei sem tempo; mas fotos da atmosfera em seus mais diversos e incríveis momentos não faltam!
Hoje irei exibir uma sequência de fotos tiradas no dia 01 de fevereiro deste ano por vota das 17:25h, onde mostram o céu com um certo aspecto caótico.
Os sistemas atuantes na ocasião eram uma Frente Fria avançando da região sul para sudeste do Brasil, juntamente com a já estabelecida ZCAS na faixa entre as regiões norte, centro-oeste e sudeste. ZCAS é a sigla da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que é um sistema muito comum no verão brasileiro, onde ocorre um canal de transporte de calor e alta umidade da região amazônica em direção ao sul do oceano atlântico (daí o nome) atravessando as regiões centro-oeste e sudeste. Isto gera grande nebulosidade e chuvas nestas regiões. Entretanto, muitos outros fatores estão associados para dar condições a este acontecimento. Irei trazer um artigo sobre a ZCAS produzido recentemente pelo CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o que irá esclarecer melhor tecnicamente, para os mais interessados.
Pois bem, o encontro destes dois sistemas aqui na região proporcionou a ocorrência de vários gêneros de nuvens misturados e apresentados de uma forma incomum. Vejam vocês mesmos...

Acima temos uma mistura de Stratocumulus nas partes mais baixas com poucas Cumulus bem ao fundo e distantes... porém toda esta enorme massa cinza acima são Altocumulus com Altostratus, ambos Opacus, pois são muito espessos ao ponto de ocultar o Sol.

Agora daremos uma maior aproximação nas Altocumulus e  nas Altostratus:


Acima uma leve ocorrência da característica Mammatus nas Altocumulus.

Abaixo os ventos, que deviam estar fortes nesta altura, formam um aspecto de "costelas" muito interessante nas mesmas nuvens:


Abaixo podemos ver duas distantes cortinas de chuva provenientes de Cumulus Congestus... e o dia vai  encaminhando para o Sol se pôr...

Acima na parte inferior da foto vemos Stratocumulus apresentadas de uma maneira bem extensa horizontalmente e estranha, rsrs.


 Algo queimando no céu acima?? Apenas um dos belíssimos efeitos ópticos no pôr do Sol...



E assim encerro o post de hoje. Depois teremos muito mais por aqui! Abraços.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nascer e pôr do Sol

Neste post vou exibir algumas fotos do nascer e do pôr do Sol. 
Muitas vezes fico dividido entre qual deles eu prefiro... nos dias em que podemos observar o Sol entre as nuvens (principalmente quando são Altocumulus), realmente podemos perceber o quanto são espetaculares estes momentos.
Se você geralmente não tem muito tempo para poder observar com calma o nascer ou o pôr do Sol, pois então se esforce um pouco, aproveite estas obras de arte no céu!
Pois bem, vamos às fotos...

Abaixo, uma sequencia do nascer do Sol com uma mistura de Altocumulus bastante baixos, em torno de 2100m, com Cumulus mais altos, em torno de 1300m. Quando está bem escuro podemos até confundi-las, numa situação como essa, com estas alturas tão próximas. Estas fotos foram registradas no dia 22 de janeiro último, entre as 05:36h e 05:55h da manhã no Aeroporto de Uberlândia/MG.








Agora vamos ao pôr do Sol... nas 3 primeiras, vemos no horizonte junto ao Sol nuvens Altocumulus da espécie Stratiformis (devido a se espalhar bastante horizontalmente) e já as outras 4 fotos, em direção a Araguari, vemos em primeiro plano poucas Cumulus Humilis e mais ao fundo as Cirrus, fazendo certos contornos devido as correntes de jato, que são correntes de ar muito velozes que ocorrem na alta troposfera; estas correntes de jato são muito importantes à aviação, pois, quando identificadas ajudam a propulsão da aeronave pelos seus fortes ventos, causando economia de combustível. Fotos registradas no dia 25 de janeiro entre as 18:56h e 19:03h. 
Vejam:








A característica que torna esse fenômeno ainda mais grandioso, na minha opinião, é a coloração do céu, e isso tem uma explicação física.
Numa rápida procura na internet, achei esta explicação, bastante básica, para entendermos melhor:
(Fonte: http://acampamento.wikidot.com/meteorologia)

"Durante o dia, o céu limpo é azul e o disco solar é quase branco. Ao nascer e pôr-do-sol, no entanto, as cores do céu mudam completamente: o disco solar muda geralmente de cor, passando pelo amarelo e laranja até atingir o vermelho, afectando igualmente as cores do céu no horizonte; longe do disco solar o céu mantém-se azul.
O padrão de cores descrito é completamente explicado pelo fenómeno da dispersão da luz. Dado que as moléculas de ar têm um diâmetro muito inferior ao comprimento de onda da luz visível, a dispersão dá-se no regime de Rayleigh, favorecendo fortemente os pequenos comprimentos de onda (zona azul do espectro). Assim, a luz que nos chega directamente do disco solar vai ser empobrecida em azul, enquanto que a luz que nos chega da atmosfera é rica em azul.
Quando o sol se encontra alto (a) a camada de atmosfera atravessada é pouco espessa e a oportunidade para a dispersão da luz é reduzida; por essa razão a radiação que chega à superfície à quase branca. Quando o Sol baixa para o horizonte (b), a radiação atravessa uma camada cada vez mais extensa e a dispersão lateral torna-se importante; em consequência, a luz que chega do disco solar torna-se cada vez mais pobre em pequenos comprimentos de onda, aparecendo com um tom alaranjado ou mesmo avermelhado. Em qualquer dos casos a radiação que nos chega da atmosfera resulta exclusivamente da dispersão, sendo muito rica em azuis."



cor_ceu.gif


É isso por hoje amigos, até a próxima.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Céu de Brasília + Imenso Cumulonimbus de Londrina/PR

Olá pessoal!
Neste post irei exibir fotos que me foram passadas por alguns amigos, há poucos dias.
Na 1ª etapa são fotos do céu da minha cidade, Brasília, com algumas Cumulus e Cirrus juntamente com alguns monumentos; estas fotos me foram enviadas pelo meu amigo Sergione, que é geógrafo, e que por sua vez pegou com seu amigo Lucas Candelore. Na 2ª parte temos 3 fotos de uma Cumulonimbus enorme e imponente no aeroporto de Londrina/PR, que me foram passadas pelo nosso amigo Diego, também profissional de Meteorologia aqui em Uberlândia, que foi quem recebeu as fotos de sua amiga Silvana, da Meteorologia do aeroporto de lá.
Como puderam ver, foi o maior passa-e-repassa de fotos! Também, as imagens valem à pena! Portanto, sem detalhes técnicos por hoje, apenas confiram:
 Acima, Cumulus Humilis e várias Cirrus bem extensas decoram o céu do Museu Nacional.

Mais Cumulus Humilis com leves faixas de Cirrus juntamente com a Catedral e a Esplanada dos Ministérios.

Uma boa visão do Congresso Nacional e ao fundo as mesmas e já citadas nuvens. Pra quem nunca visitou a Câmara e o Senado, recomendo, vale a pena, ok?

Acima mais Cirrus do que Cumulus e denovo o Museu Nacional; dá até pra sentir o calor e a secura desse local, rsrs. (Todas fotos acima por Lucas Candelore)

Abaixo Londrina, vejam só que Cumulonimbus mais imponente e nervosa... mérito da Silvana, que capturou um momento incrível! Ela inclusive está convidada a vir aqui depois nos dar seu depoimento sobre o que aconteceu na cidade!


É isso aí! Vou selecionar mais imagens pra postar... logo teremos novidades por aqui. Abraços a todos, e obrigado aos que tem elogiado as imagens!


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um nevoeiro parcial na manhã...

Olá pessoal.
Irei postar agora um fenômeno interessante que ocorreu na manhã de ontem, no Aeroporto de Uberlândia, e que gerou belas imagens.
Ontem pudemos acompanhar o surgimento e a dissipação de um nevoeiro de céu claro. O que significa isso, não é? Então, os nevoeiros são nada mais nada mesmo que nuvens do gênero Stratus à superfície, são quando estas camadas baixas e nebulosas de nuvens resolvem se juntar a nós. Só que elas atrapalham... e muito; por exemplo a aviação e o trânsito nas ruas e estradas, que pode gerar diversos problemas. Mas não estamos aqui para culpá-las por nada disso, e sim para entendermos a ocorrência desse fenômeno e admirar belas imagens, certo?
As Stratus podem ocorrer numa altura da superfície até 2000m no máximo; elas são nuvens constituídas gotículas de água e causam precipitação do tipo chuvisco (fino e leve, a chamada “garoa”) e também grãos de neve; em casos de precipitação mais forte com a sua existência, significa a ocorrência de outros gêneros de nuvens sobrepostos acima dela.
O processo físico dessas nuvens é o contrário das nuvens convectivas (parcelas de ar úmido e quente que ascendem na atmosfera), que são situações de instabilidade atmosférica, já as Stratus se formam devido a estabilidade atmosférica; exemplo disso: uma parcela de ar ascendente se resfriou em torno de 10ºC à uma superfície com 15ºC, sendo assim ela não terá movimento de ascensão, sua tendência é de permanência ou de descida na atmosfera. Este fato se deve a uma determinação física de que na atmosfera o ar quente, menos denso, tende a se elevar verticalmente, e o ar frio, mais denso, tende a descer. Como acho que não necessitamos aqui de tanta profundidade na física da atmosfera, esta é uma explicação de modo totalmente básico, ok?
Pois então, já sobre os nevoeiros de fato, a Meteorologia os define quando da existência de restrição de visibilidade horizontal para um observador de 1000m para menos, acima disso é caracterizado com névoa úmida apenas. Existem várias classificações para os nevoeiros, como: - nevoeiros de advecção (transporte de ar quente sobre superfície fria ou o inverso); - nevoeiros de radiação (noites de céu claro a superfície perde calor para a atmosfera saturando o ar); - nevoeiros orográficos (formados pelo levantamento forçado do ar numa montanha, encosta, etc.); além dos nevoeiros frontais, pré e pós frontais, devido às frentes frias e quentes.
No caso em que observamos, ele é chamado nevoeiro parcial (ou em bancos), pois não tomou conta dos 360º do ponto em que observávamos, e também de céu claro, pois não encobriu totalmente o céu, apenas uma parcela, tanto é que podemos observar outras nuvens e até mesmo o Sol.
Ok, depois de tanta teoria, vamos às fotos!





























Como vocês podem perceber, não foi um nevoeiro dos mais fortes, logo que os raios solares ganharam força, ele se dissipou... justamente por isso, por não ter sido forte o suficiente para encobrir todo o céu, nós conseguimos obervar outros gêneros de nuvens, tais como Cumulos Congestus, Altocumulos, Cirrustratus e Cirrus, certo?
Um abraço a todos, até mais.
E para qualquer comentário, sugestão ou crítica, fiquem à vontade.